I Encontro dos Ex- FEAB.

I Encontro dos Ex-FEAB: Brasília, 02 e 03 de Junho de 2012.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Avelino Ganzer


Fiquei muito contente de ver que depois de 40 anos há uma vontade política de retomar, com muita energia, a organização dos Engenheiros(as) Agrônomos(as) que participaram do movimento estudantil e sua relação com os estudantes de Agronomia a nível Nacional. Comemorar 40 anos da FEAB é muito importante e estimulante a toda essa juventude que estuda e de outros milhares de jovens que se preparam para enfrentar e qualificar seu futuro.
Moro hoje em Altamira, Estado do Pará e coordeno o Escritório de Representação da Secretaria-Geral da Presidência da República na Casa de Governo criada recentemente no município.

É essa retomada, em outra conjuntura e em novos tempos, com novas tecnologias e novas experiências de caráter nacional e internacional, que devem servir como referenciais para nossa luta em busca de novas conquistas e o aprofundamento da democracia em nosso País.

Essa provocação de vocês, para que eu escrevesse algo, me fez recordar dos anos 80 da luta de implantação da CUT e do Novo Sindicalismo com a participação decisiva dos rurais e entre os rurais a principal participação dos agricultores familiares, na época chamados de pequenos produtores, meeiros parceiros. Também a luta pela conquista da terra, do crédito agrícola, o direito ao Associativismo e Cooperativismo e a participação política em geral. No segundo Congresso Nacional da CUT, em agosto de 1986 no Rio de Janeiro, debatemos com maior profundidade a estratégia de organização por ramos e se seriam Departamentos ou Federações de trabalhadores. Logo após o Congresso do Rio chamamos uma reunião Nacional e  com a presença de jovens estudantes, e à luz das resoluções do 2º Congresso, nos ajudaram a planejar, tanto a estratégia de luta, como a de implantação do Departamento Rural da CUT.

A presença dos estudantes e Engenheiros(as) Agrônomos(as), além de nos ajudar a sistematizar os conteúdos, traziam elementos da conjuntura e também nos remetiam a uma busca permanente no relacionamento e convivência com setores das universidades do país. Esta era e ainda é uma tarefa inconclusa. Vejo muitas resistências da Academia e também por outros motivos dos trabalhadores neste relacionamento e cooperação.

Vejo como uma oportunidade profissional e organizativa, não só festiva essa comemoração dos 40 anos dessa importante organização. Estudar, ler buscar cada vez mais conhecimento é um desafio permanente neste importante país para conseguir melhores condições de vida. Se quisermos ter participação na construção desta obra temos de adquirir consciência política e organizativa e isso só se dará com nossa real participação. Gostaria muito de ver essa importante categoria, os profissionais e estudantes de agronomia em uma etapa de retomada de engajamento nos estados e a nível nacional, na Rio +20 e, posteriormente na continuidade da disputa e implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável, justo e solidário, seguindo e obedecendo as realidades regionais e procurando contribuir para a inclusão soberana da Amazônia no contexto Nacional e Internacional.

Avelino Ganzer - Coordenação do Escritório de Representação da Secretaria-Geral da Presidência da República em Altamira, Pará. Foi vice-presidente e coordenador do departamento rural da Central Única dos Trabalhadores.

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