Pantaneiro das fronteiras, de Caracol, no Mato Grosso do Sul, Gomercindo Clóvis Garcia Rodrigues foi da primeira turma da Faculdade de Agronomia de Dourados, onde iniciou a vida política ao fundar e dirigir o Centro Acadêmico de Agronomia de Dourados - CAAD. Também participou da fundação do DCE da UFMS e do Congresso de Refundação da UNE, em Salvador, em 1979. Participou das atividades de revisão do currículo da Agronomia, numa iniciativa conjunta da FEAB e FAEAB e da mobilização dos estudantes de Agronomia contra a instalação de usinas de álcool no Pantanal.
Pelo “crime ” de editar um jornal interno no Centro Universitário e incluir seu artigo sobre os desaparecidos políticos, respondeu a longo inquérito policial, em 1979. Poucos dias depois dos depoimentos, foi ameaçado de morte por um dos policiais. Então, Gomercindo publicou, na edição seguinte desse jornal, a transcrição completa da ameaça contra ele.
Ao contrario de seus colegas, não conseguiu emprego em órgãos públicos, devido a sua ação política. Vendo-se desempregado, foi para o Acre a procura de trabalho e lá ficou, até 1985. A partir do ano seguinte, passou a assessorar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri e o Conselho Nacional de Seringueiros, então em fase de instalação. Com o apoio político de Chico Mendes, trabalhou na criação da Cooperativa Agroextrativista de Xapuri. Para viabilizar a cooperativa, trilhou milhares de quilômetros de floresta e participou de vários “empates ” contra o desmatamento de seringais, inclusive do último dirigido por Chico Mendes, em 1988.
Atualmente, após formar-se em Direito, Gomercindo Rodrigues também atua junto aos movimento popular em defesa dos trabalhadores.
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