No período da faculdade estávamos
espalhados pelas diversas escolas do País, públicas e privadas, e nos
encontrávamos nas atividades do Movimento Estudantil e em alguns eventos
promovidos pela FAEAB, atualmente CONFAEAB. Naquele momento já
discutíamos muito sobre a formação profissional e como esta deveria ser
orientada para atuar nos principais problemas da realidade nacional.
Defendíamos que o currículo mínimo da agronomia, por exemplo, fosse eclético,
abrangendo desde os conhecimentos das ciências naturais aplicadas à produção
vegetal e animal até as áreas das ciências sociais. O modelo da
agricultura vigente e o papel do agrônomo eram problematizados, sendo
reconhecido e valorizado o senso crítico e transformador daqueles futuros
profissionais.
Ao se formarem, vários dos que tiveram
atuação no movimento estudantil prosseguiram sua formação acadêmica para
aprofundar suas reflexões em relação aos problemas agrários e socioeconômicos
de nossa agricultura e meio rural, fazendo mestrado e doutorado e priorizando,
em especial, cursos de pós-graduação nas áreas de ciências sociais e humanas –
economia, sociologia, antropologia, desenvolvimento rural- nos melhores centros
de pós-graduações do País e até no exterior.
Entre os temas trabalhados em suas pós-graduações
os preferidos pelos estudantes com passagem pela FEAB destacam-se aqueles
relacionados à agricultura familiar, o cooperativismo, o sindicalismo rural, o
complexo agroalimentar, o desenvolvimento rural, os sistemas produtivos, os
padrões tecnológicos, a comercialização agrícola, a representação social, a
questão agrária, a questão ambiental, dentre outros. Não conhecemos estudos
sobre a atuação profissional destes pós-graduados, mas pelos contados que
mantemos, observamos que a maioria buscou o caminho das universidades e das
instituições públicas de pesquisa e extensão rural, em órgãos de governo e em
organizações não governamentais ligadas ao meio rural e a questão ambiental.
Alguns ainda seguiram carreia política.
A experiência de participar do
movimento estudantil via FEAB contribuiu também, por exemplo, para o
envolvimento destes estudantes nas instâncias de representação dos
pós-graduandos, já relatada por Manoel Pereira de Andrade neste blog
(22/03/12). Outras pessoas contribuíram de forma solidária e quase anônima,
ajudando a tecer redes de apoio aos que buscavam o caminho da pós-graduação nos
grandes centros, recebendo assim ajuda para superar as dificuldades –
logísticas e acadêmicas - iniciais. Citamos como exemplo a Bibi - Ex-Piracicaba
e que foi ao Rio de Janeiro fazer mestrado no CPDA/UFRRJ e que lá ajudou os
colegas que também buscaram aquele Centro para fazer sua pós-graduação. E
certamente outros estão atuando e contribuindo nas entidades de área, como a
ANPOCS, a SOBER, a ANDES, a SBPC e nos movimentos sociais.
Texto de Paulo Guilherme Cabral,
com a colaboração de Clovis Dorigon - Pesquisador da Epagri..
com a colaboração de Clovis Dorigon - Pesquisador da Epagri..
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